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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Andebol: fim da era Mats Olsson



Depois de 7 anos à frente dos destinos da selecção nacional de andebol, o sueco Mats Olsson vai deixar de prestar os seus serviços à Federação Portuguesa de Andebol. Muita tinta correu, muitas críticas e elogios foram ouvidos dos mais diversos quadrantes da modalidade, e a verdade é que nesta altura se impõe um balanço.

Em primeiro lugar, seria injusto não referir que Olsson abraçou o projecto federativo num momento crítico em termos desportivos: a organização do mundial de 2003 não teve os efeitos desejados naquilo que diz respeito ao crescimento (desportivo e financeiro) da modalidade, e isso redundou numa grande dificuldade na renovação da "geração de ouro" do andebol português; a juntar a isto, as guerras clubes/federação, que originaram inclusivamente a cisão Liga Profissional/Divisão de Elite, também não facilitaram o trabalho do seleccionador, que se viu até privado de poder convocar alguns atletas; e temos que contar ainda com as constantes alterações à organização das competições, tanto a nível sénior como, e principalmente, na formação. Em suma, o contexto era, e é, muito pouco convidativo. Muito mais quando o seu trabalho foi sempre questionado, fosse devido ao seu avultado salário, fosse devido às opções técnico-tácticas, fosse devido ao "esquecimento" de alguns clubes nas diversas convocatórias.

Ora, há que reconhecer que parte das críticas fazem sentido. A equipa técnica da selecção nacional dos últimos anos desde cedo se rodeou dos "seus" atletas e, acima de tudo, dos "seus" atletas vindos de determinados clubes, o que sempre gerou um clima de desconfiança. Isso, e a ausência de resultados. Olsson, até conseguiu ir construindo um conjunto interessante, mas a verdade é que nunca foi capaz de dar o "clique" que em certas ocasiões todos esperávamos que desse. Recordamos, por exemplo, os apuramentos para os mundiais de 2009 e 2011, em que ficámos a um "quase" de distância, ou a bem recente eliminação do mundial de 2013 por uma Eslovénia que todos sentimos ao alcance.

É certo que, agora, temos uma selecção mais alta, com guarda-redes mais confiantes, com uma fornada de jovens cheia de potencial, mas não chega para justificar um caminho percorrido ao longo de 7 anos. Portugal tem camadas jovens a lutar olhos nos olhos com as melhores escolas europeias, e não se compreende tamanho fracasso a nível sénior.

O caminho seguirá com Rolando Freitas, homem dos quadros da federação e que já trabalhou com todos estes novos atletas, e a quem desejamos um futuro auspicioso, a bem do andebol português.


1 comentários:

Vitor disse...

Já não era sem tempo!

5 de julho de 2012 às 17:50

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