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terça-feira, 3 de julho de 2012

Natação EUA: Trials para os J.O. - Análise Final

A natação mundial assistiu a mais um final dos trials dos EUA para os J.O. de Londres, realizados nas instalações CenturyLink Center em Omaha, Nebraska. E que nível!
Esta competição, usual em países com um grande número de atletas capazes de cumprir os mínimos olímpicos, tem o objectivo de seleccionar aqueles que farão parte da equipa final, sendo que apenas os dois primeiros classificados de cada prova asseguram passaporte para Londres. Por isto, muitos são os nadadores que, embora alcancem marcas da mais alta valia, se quedam fora da competição que tanto ambicionam.

Como grande atracção, os trials ofereceram-nos enormes duelos entre a maior estrela da natação mundial, Michael Phelps, e o seu eterno perseguidor, Ryan Lochte. Neste particular, os dois nadadores estiveram em confronto directo nas provas de 100 mariposa, 200 livres, 200 e 400 estilos, com disputas acesas pela vitória, principalmente nas de estilos.
E a verdade é que Phelps, dominador da modalidade nos últimos anos, uma verdadeira lenda viva, aparecia nesta competição, algo "atrasado" na preparação para os J.O., relativamente a Lochte. Aliás, ele próprio afirmou que teria que treinar em dose extra nesta recta final, tendo em conta que Lochte se vem apresentando numa forma verdadeiramente fantástica, colocando em causa o domínio do gigante de Baltimore, tendo-lhe inclusivamente "roubado" o recorde mundial dos 200 estilos!


Ainda assim, Phelps mostrou que não é de qualquer forma que o conseguem vencer e, dos 4 duelos particulares com Lochte, perdeu apenas 1, os 400 estilos. No entanto, diga-se que Lochte teve também brilhantes prestações, vencendo os 400 estilos a Phelps e ainda a prova de 200 costas. Enfim, dois nadadores de outro mundo, que conseguem constantemente realizar marcas inatingíveis para qualquer outro nadador, ao que juntam uma incrível capacidade de recuperação entre provas, o que lhes permite lutar por um tão elevado número de medalhas.

Qualificado para 5 provas individuais, Phelps poderia repetir a proeza de 2008 e lutar pela conquista de 8 medalhas de ouro. No entanto, já comunicou que "só" irá participar em 4 provas individuais, às que acrescem as 3 estafetas, num total de 7. Quanto a nós, esta opção justifica-se pelas seguintes razões: 
1º Phelps vai jogar pelo seguro e só quererá nadar provas para o ouro, dando preferência a estilos e mariposa;
2º O facto de não disputar as 8 provas vai-lhe retirar a pressão mediática de ter de voltar a conquistar 8 medalhas de ouro;
3º A retirada de uma prova, embora possa parecer pouco, representa uma diferença siginificativa no desgaste do atleta durante a competição, em que teria que nadar eliminatórias, meias finais e final. Assim, conseguirá uma melhor recuperação, para que possa lutar pela vitória nas 7 que irá nadar.

Quanto aos restantes, algumas surpresas, como Natalie Coughlin, campeã olímpica e mundial dos 100 costas, que não se conseguiu apurar.
Missy Franklin e Rachel Bootsama levaram a melhor, alcançando as marcas de 58.85 e 59.49, respectivamente, contra os 1.00.06 de Coughlin.
Dana Torres, nadadora de 45 anos, detentora de 12 medalhas olímpicas que procurava qualificar-se para os seus sextos J.O. (começou em L.A. 1984), não conseguiu garantir lugar na poderosa equipa norte americana na prova dos 50 livres, pese embora a elevada valia da sua marca (24.82). Assim, esta prova ficará entregue às nadadoras Jessica Hardy, brucista que se dedicou também a esta disciplina, e Kara Lynn Joyce, com 24.50 e 24.73, respectivamente.
Relativamente a Jessica Hardy, diga-se que nem tudo lhe sorriu. A nadadora recordista mundial dos 100 bruços viu-se afastada desta prova, tendo sido superada por Breeja Larson e Rebecca Soni (campeã mundial em título), com 1.05.92 e 1.05.99, respectivamente, contra os 1.06.53 de Hardy. Só mesmo nos EUA existem recordistas mundiais fora dos J.O.!

No sector masculino, Matt Grevers, medalha de prata em 2008, venceu os 100 costas e garantiu presença em Londres, tal como Cullen Jones, que venceu os 50 livres em 21.59, prova em que Nathan Adrian, vencedor dos 100 livres, se teve de contentar com o terceiro posto.
Destaque para Peter Vanderkaay, que venceu os 400 livres em 3.47.67 e assegurou mais uma participação olímpica.

No geral, esta foi uma competição em que mais uma vez ficou demonstrado o grande poderio dos EUA na modalidade. De facto, se atentarmos não só aos qualificados mas também ao nível geral dos nadadores ficamos impressionados. Por exemplo na prova dos 100 livres masculinos, 70 nadadores nadaram em 50 segundos ou menos! Nem é preciso dizer mais nada...


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