O que achou da prestação de Portugal no Euro 2012?

domingo, 17 de junho de 2012

Grupo B: Portugal 2-1 Holanda

Que grande jogo de Portugal! Apesar do mau início, a equipa de Paulo Bento (mais uma vez irrepreensível na forma como conseguiu mudar o chip dos jogadores, preparando-os para a eventualidade de sofrerem um golo cedo) fez uma exibição imperial, fazendo por merecer a vitória e ficando a dever alguns golos a Stekelenburg.

Mas nem tudo foram rosas. Portugal entrou nervoso, receoso da posse de bola e a deixar-se manietar pela intensa pressão feita pelos médios holandeses. E esse domínio laranja - que não se reflectira em oportunidades de golo - acabou por frutificar: lance bem conduzido pela direita por Robben, que assistiu para um portentoso remate de Van der Vaart. Que grande golo do médio do Tottenham, a fazer instalar o receio de que todo o talento dos atacantes contrários aparecesse precisamente quando era menos desejável. Ora, a partir desse momento só deu Portugal. Grande reacção da nossa selecção ao golo adversário, materializada em vários lances de perigo junto da baliza de Stekelenburg. Ronaldo ao poste, Postiga isolado na cara do guarda-redes, entre outras perdidas lusas, traziam um aroma a empate a Karkiv. E Ronaldo não se fez rogado, desfeitiando Stekelenburg após passe do "maestro" João Pereira. Justiça no marcador, empate na outra partida, e Portugal seguia tranquilo rumo aos quartos. Até o árbitro mandar recolher aos balneários, ocasiões de golo só na área da Holanda (excepção para um cabeceamento de de Jong perto de Rui Patrício).

Portugal regressou do balneário apostado em segurar a igualdade e, no desespero de Van Marvijk, dar a machadada final na partida. O problema foi que a partida se arrastou nos primeiros minutos do 2º tempo, sem grandes motivos de interesse, e o meio campo português ressentia-se dos quilómetros já percorridos. Se cá atrás Pepe, Bruno Alves, Coentrão e João Pereira se chegavam e sobravam para as encomendas, a verdade é que Meireles e Moutinho já não conseguiam suster com a mesma eficácia as investidas dos homens de laranja. Curiosamente, foram as substituições de Van Marwijk que resolveram o jogo para o nosso lado. Saiu Jetro Willems (amarelado) e entrou Afellay, e a já frágil defensiva holandesa ficava com menos um elemento. Nani e Ronaldo (exibição à melhor do mundo) punham a defesa contrária em sentido e por três vezes criaram oportunidades flagrantes. Nani desperdiçou escandalosamente a primeira, Ronaldo concretizou com classe a segunda e Ronaldo estilhaçou novamente o poste na terceira. Da Holanda "apenas" um remate ao ferro do autor do golo, Van der Vaart, justificou o epíteto de "laranja mecância" com que são apelidadas as tradicionalmente fortes selecções holandesas.

Em suma, grande exibição de Portugal, que soube mais uma vez ser superior tacticamente e explorar as fragilidades do adversário. Nota para as grandes exibições de Cristiano Ronaldo, Miguel Veloso (grande europeu do médio do Génova), Nani (merecia um golo) e de Pepe e Bruno Alves. Venha a República Checa.

4 comentários:

Filipe Coelho disse...

Portugal fez um grande jogo, ao nivel dos melhores que me lembro em fases finais. Mas há que dizer que esta Holanda está em frangalhos: é uma equipa inclinada e desiquilibrada. Inclinada para a frente - muito fruto das alteraçoes introduzidas no onze titular hoje - mas em q os seus melhores jogadores estão a zero em termos psicológicos, designadamente Robben e Van Persie. Isto aliado à falta clara e evidente de espirito de grupo torna a equipa, lá está, completamente desiquilibrada. A defesa é fraca e De Jong, apesar de carniceiro, nao consegue ter tempo para bater em tudo o que lhe surge pela frente. Ainda q tente ...
Posto isto, Portugal soube aproveitar com grande competencia este total desiquilibrio da Laranja que permitiu q jogassemos como tanto gostamos: transiçoes com passes rápidos à procura dos alas/extremos. E quando simultaneamente temos o génio de Nani e a capacidade goleadora de Ronaldo, tudo fica mais fácil. Poderiamos ter assistido até a uma goleada, tamanho o numero de oportunidades criadas e desperdiçadas.
Agora ... venha o Poborsky!

18 de junho de 2012 às 02:09
Unknown disse...

Concordamos contigo em absoluto Filipe, aliás, fomos dos poucos que desde o início do Euro (com excepção do jogo de estreia com a Dinamarca) apostámos numa passagem "tranquila" de Portugal neste grupo. Portugal é muito superior à Holanda em termos defensivos e tácticos, e não é por acaso que há 20 anos que não perdemos com eles. Não trocávamos o nosso conjunto de 23 pelo deles, mas que nos dava jeito um Sneijder, um Van der Vaart, um Van Persie ou um Huntelaar, é inegável...

18 de junho de 2012 às 02:15
Anónimo disse...

Quando vi o grupo de Portugal, senti calma e serenidade e só perguntei com quem podiamos jogar os Quartos. Claro que depois do jogo dos dois jogos de preparação pensei que as coisas podiam correr mal, mas quando nos amigáveis corre bem, a doer normalmente perdemos.
Contra a Holanda, o que mais gostei foi a solidariedade do grupo, o espírito de sacríficio e, no final, o Veloso mostrou o que é sentir a camisola. E o Veloso calou a crítica que lhe fiz, com um fantástico jogo. Aliás, os 23 e equipa técnica foram fantásticos.

DF

18 de junho de 2012 às 19:57
HCG disse...

"Não trocávamos o nosso conjunto de 23 pelo deles, mas que nos dava jeito um Sneijder, um Van der Vaart, um Van Persie ou um Huntelaar, é inegável..."

Chegava o Wolfswinkel! :D

23 de junho de 2012 às 22:52

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