Feedback dos leitores - o problema da selecção e do jogador português.
"Gostaria de perceber a douta opinião de "O Pé d'Atleta" sobre o futuro da nossa selecção. Acham que vamos ter uma selecção mais forte ou mais fraca que a actual, tendo em conta as camadas jovens do nosso futebol? O que dizer da proibição dos empréstimos entre clubes do mesmo escalão: mais transparência desportiva ou prejuízo para a formação de jovens atletas? As equipas B atenuaram os efeitos desta medida? Nuno Paixão"
Antes de mais, parece-nos claro que a selecção nacional de futebol, num futuro próximo, vai ter problemas em renovar-se: Pepe e Bruno Alves estão bem perto da casa dos 30 e não se lhes vislumbra um claro sucessor; João Pereira também já não está longe dessa idade, bem como Raul Meireles; a posição de ponta-de-lança é uma lacuna que tardamos colmatar. Ora, se em 2014 ainda poderemos levar ao Brasil um grupo forte, depois dessa competição o futuro é uma perfeita incógnita. No momento actual são raros os jovens jogadores portugueses em processo de afirmação em clubes que os possam catapultar para a ribalta do futebol europeu. A excepção será talvez Nelson Oliveira (veremos como vai correr a sua época no Benfica), mas é curto.

Neste ponto, parece-nos fundamental a criação das equipas B. Os chamados "clubes grandes", mas também o Braga, o Vitória e o Marítimo (veja-se o aproveitamento brilhante que Pedro Martins fez da sua equipa B este ano) têm constantemente jogadores de qualidade nas suas camadas jovens que depois acabam por se andar a "arrastar" por divisões secundárias sem o devido acompanhamento. Ora, com as equipas B isto deixa de acontecer, uma vez que estas permitem um 2 em 1: os melhores jogadores saídos dos júniores têm logo à partida um patamar competitivo elevado e são acompanhados em instituições que lhes proporcionam mais e melhores condições para o seu desenvolvimento. Resta saber se, depois de brilharem numa equipa B, os jovens portugueses terão as que merecem nas equipas principais...

Problemas: o jogador português de qualidade média terá de sair para o estrangeiro. Se não tem espaço num clube grande nem pode ser emprestado a um clube da 1ª liga, fica sem soluções; a curto prazo, os clubes pequenos ficarão ainda menos competitivos, o que acentuará as desigualdades entre os 5/6 primeiros classificados e os restantes; se estas medidas não forem acompanhadas de outras (como por exemplo a obrigatoriedade de utilização de determinado número de jogadores portugueses nas convocatórias) corremos o risco de ver muitas equipas com o seu 11 inicial composto quase só por estrangeiros (nos grandes isso já se verifica).
O Pé d'Atleta
1 comentários:
Todos os inteligentes querem fazer grandes revoluções no futebol português...mas o futebol português, quer a nível de equipas quer a nível de selecções, tem tido resultados consistentes e de sucesso, à nossa dimensão, um verdadeiro milagre.
8 de julho de 2012 às 19:03Deixem lá as coisas como estão que estão muito bem!
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