O que achou da prestação de Portugal no Euro 2012?

terça-feira, 5 de junho de 2012

Antevisão Euro 2012: Grupo B - O "Grupo da Morte"

Assim apelidado por todos os especialistas (e não só), o "Grupo da Morte" conta com quatro equipas que figuram no top-10 do ranking FIFA: Alemanha (2º), Holanda (4º), PORTUGAL (5º) e Dinamarca (10º), sendo que três delas já se tornaram vencedores da prova. Não admira, portanto, que este seja o agrupamento que está a causar mais expectativa, quando estamos já no warm-up para o início da competição.
Constituído por quatro das melhores selecções mundiais, todos os jogos se anteveêm muito equilibrados e, acima de tudo, com uma enorme qualidade.
Deste grupo poderá saír o vencedor do Euro 2012 ou, pelo menos, algum dos finalistas, se tudo correr de acordo com o estatuto e a reputação de todos os seus intervenientes.

Análise individualizada de cada uma das equipas:

Alemanha

Convocados: Manuel Neuer (Bayern Munique), Tim Wiese (Werder Bremen), Ron-Robert Zieler (Hannover 96); Per Mertesacker (Arsenal), Marcel Schmelzer (B. Dortmund), Philip Lahm (Bayern Munique), Mats Hummels (B. Dortmund), Benedikt Höwedes (Schalke 04), Jérôme Boateng (Bayern Munique), Holger Badstuber (Bayern Munique); Bastian Schweinsteiger (Bayern Munique), Mesut Özil (Real Madrid), Toni Kroos (Bayern Munique), Ilkay Gündogan (B. Dortmund), Mario Götze (B. Dortmund), Lars Bender (B. Leverkusen), Sami Khedira (Real Madrid), Marco Reus (B. M'gladbach); Thomas Müller (Bayern Munique), Miroslav Klose (Lazio), Mario Gómez (Bayern Munique), André Schürrle (B. Leverkusen), Lukas Podolski (Colónia).

Treinador: Joachim Löw

Figuras: Manuel Neuer, Bastian Schweinsteiger, Mesut Özil, Mário Gómez

Após ter perdido a final de 2008 para a Espanha, a "Mannshaft" quererá agora levar o troféu para casa. Com um misto de culturas no seu plantel, desde jogadores com origens no Gana, Turquia, Tunísia, Polónia ou Espanha, a Alemanha é, neste momento, uma das equipas mais poderosas do mundo. Com uma fase de qualificação exemplar, dez vitórias em dez jogos, conquistaram de forma destacada o Grupo A. Invictos desde a meia-final do Mundial 2010, que perderam para a Espanha, os germânicos estão dispostos a acabar com a recente hegemonia castelhana do futebol europeu.


Holanda

Convocados: Tim Krul (Newcastle), Maarten Stekelenburg (AS Roma), Michel Vorm (Swansea); Khalid Boulahrouz (Estugarda), Wilfred Bouma (PSV Eindhoven), John Heitinga (Everton), Joris Mathijsen (Málaga), Ron Vlaar (Feyenoord), Gregory van der Wiel (AFC Ajax), Jetro Willems (PSV Eindhoven); Mark van Bommel (AC Milan), Nigel de Jong (Manchester City), Stijn Schaars (Sporting CP), Wesley Sneijder (Inter Milão), Kevin Strootman (PSV Eindhoven), Rafael van der Vaart (Tottenham); Ibrahim Afellay (FC Barcelona), Klaas-Jan Huntelaar (Schalke 04), Luuk de Jong (Twente), Dirk Kuyt (Liverpool), Luciano Narsingh (Heerenveen), Robin van Persie (Arsenal), Arjen Robben (Bayern Munique).

Treinador: Bert van Marwijk

Figuras: Wesley Sneijder, Rafael Van der Vaart, Arjen Robben, Robin van Persie

Escolher entre Klaas-Jan Huntelaar e Robin van Persie para ocupar a posição de ponta de lança será uma dor de cabeça que o seleccionador holandês não se importa de ter, tal como não se importariam os restantes 15 seleccionadores presentes no certame.
Para além disso, a "laranja mecânica" conta com um plantel recheado de grandes figuras do futebol europeu e mundial, que praticam um futebol bonito e atractivo, combinado com uma eficácia tremenda na hora de rematar à baliza adversária. Um meio campo defensivo bastante forte, extremos rápidos e tecnicistas, um "10" como há poucos no futebol e um ponta de lança mortífero, eis o cartão de boas vindas da selecção holandesa.
Como ponto fraco assinalamos a reduzida qualidade da defesa, quando comparada com os restantes sectores da equipa, em especial a posição de defesa esquerdo. Após o abandono de van Bronckorst, Erick Pieters tomou conta do lugar, mas uma lesão afastou-o desta competição. Stijn Schaars ou Jetro Willems, um deles será o dono dessa posição, pelo menos na primeira jornada frente à Dinamarca.


Portugal

Convocados: Beto (Cluj), Eduardo (Benfica), Rui Patrício (Sporting); Bruno Alves (Zenit), Fábio Coentrão (Real Madrid), João Pereira (Sporting), Pepe (Real Madrid), Miguel Lopes (Sp. Braga), Ricardo Costa (Valência), Rolando (FC Porto), Hugo Viana (Sp. Braga), João Moutinho (FC Porto), Custódio (Sp. Braga), Miguel Veloso (Génova), Raul Meireles (Chelsea), Ruben Micael (Saragoça), Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Hugo Almeida (Besiktas), Hélder Postiga (Saragoça), Nani (Manchester United), Nelson Oliveira (Benfica), Ricardo Quaresma (Besiktas), Silvestre Varela (FC Porto)

Treinador: Paulo Bento

Figuras: Cristiano Ronaldo, Nani, Pepe, Raul Meireles

O melhor jogador da Europa actua na selecção portuguesa. Será suficiente contar com a inspiração de Cristiano Ronaldo? Quando se tem um dos grandes nomes do futebol mundial pode dizer-se que se é um candidato à vitória final.
Mas esta selecção conta com outros nomes de referência. Apesar de já não ter elementos da chamada "geração de ouro" do futebol português, ainda conta com valores seguros que actuam nos melhores campeonatos europeus.
A qualificação foi sofrida, mas os adeptos portugueses têm esperança que agora as coisas sejam diferentes. O talento e o vistuosismo estão lá. Talvez falte um pouco mais de consistência colectiva para que seja possível a Portugal levar o troféu para casa desta vez.


Dinamarca


Convocados: Kasper Schmeichel (Leicester), Stephan Andersen (Évian); Anders Lindegaard (Manchester United); Lars Jacobsen (FC Copenhaga), Michael Silberbauer (Young Boys), Simon Busk Poulsen (AZ Alkmaar), Daniel Wass (Évian), Simon Kjaer (AS Roma), Daniel Agger (Liverpool), Andreas Bjelland (Nordsjaelland), Jores Okore (Nordsjaelland); William Kvist (Estugarda), Christian Poulsen (Évian), Niki Zimling (Club Brugge), Jakob Poulsen (Midtjylland), Lasse Schöne (NEC Nijmegen), Christian Eriksen (Ajax), Dennis Rommedahl (Brondby), Michael Krohn-Dehli (Brondby), Tobias Mikkelsen (Nordsjaelland), Thomas Kahlenberg (Évian); Nicklas Bendtner (Sunderland), Nicklas Pedersen (Groningen).

Treinador: Morten Olsen

Figuras:Daniel Agger, Christian Eriksen, Dennis Rommedahl, Nicklas Bendtner

À partida aparece como o "outsider" do grupo. No entanto, a selecção dinamarquesa não parece muito disposta a ir passar férias à Polónia e Ucrânia. A partir do momento em que se tornaram campeões europeus num torneio para o qual nem se qualficaram e foram chamados à última da hora, já podemos esperar tudo desta equipa nórdica.
Uma equipa que produz um futebol pouco espectacular mas que se mostra muito sólida defensivamente, tendo inclusivamente submetido Portugal para o playoff na fase de qualificação.
Apesar de parecer improvável que a Dinamarca chegue à fase a eliminar da competição, Alemanha, Holanda e Portugal não deverão facilitar, sob pena de se verificar uma surpresa neste grupo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma das maiores figuras da Selecção Portuguesa é sem dúvida o João Moutinho e, na minha opinião, merecia destaque na vossa selecção de jogadores.

6 de junho de 2012 às 01:10
Unknown disse...

Sim, de facto é uma figura da selecção. Mas não está ao nível dos 4 que elegemos. Usámos o mesmo critério para excluir Fábio Coentrão, Bruno Alves e mesmo o próprio Rui Patrício. Mas é desse espírito crítico que gostamos!

6 de junho de 2012 às 01:25
Anónimo disse...

Eu penso até que deveria ser dado destaque a 11/12 jogadores. O grande problema, em minha opinião, está na necessidade de se trocar algum jogador do "núcleo duro". Mesmo com alguma qualidade no banco (por ex. Hugo Viana) o treino foi pouco para que possam ser alternativas de qualidade.
Mas destaco duas posições:
- Def.Direito: J.Pereira ou M.Lopes têm qualidade semelhante e por isso são duas boas soluções
- Avançado: qualquer dos três jogadores parecem não dar aquela confiança necessária. Vamos ver qual será a opção.

6 de junho de 2012 às 10:23
joaomoreiradecampos disse...

- O grande problema Português residirá no meio-campo. Como já foi possível notar, no jogo contra a Turquia, falta entrosamento entre a defesa e o trinco. Além desta manifesta falha de articulação, Miguel Veloso precisa de fazer o que já não acontece há algum tempo: evidenciar-se como um jogador de qualidade. Caso se tenha que recuar Raúl Meireles para a posição de número 6, então Portugal perderá o seu melhor valor na construção de jogo. Claramente que falta um número 10, ao estilo de Deco ou Rui Costa. Tanto a ponta-de-lança, como a defesa-direito, a Selecção Nacional não tem jogadores que deslumbrem. Ao contrário das suas rivais, neste grupo, onde despontam nomes como Van der Wiel e Lahm, na direita, e Van Persie, Gomez, Muller ou Podolski, na frente.

- Tanto a Alemanha como a Holanda têm vindo a seguir um caminho de afirmação nos últimos torneios Internacionais. Sem alterarem muito a sua estrutura, nunca é demais relembrar os seus últimos feitos. A Laranja Mecânica foi finalista vencida em 2010, enquanto a "Maanshaft" é vice-campeã Europeia. Assim sendo, partem como favoritos naturais. Será Portugal capaz de surpreender?

- Morten Olsen já ensinou a muitos chefs de nouvelle cuisine, como é que se fazem omeletes sem ovos. Por isso, mantendo a matriz Escandinava, a Dinamarca terá sempre uma palavra a dizer, neste grupo da morte. Ainda que parta como principal candidata ao último lugar.

7 de junho de 2012 às 02:05

Enviar um comentário