Grupo A: Rússia 4-1 Rep. Checa
Perfume russo a meio-campo
1996, Anfield Road. A Rússia de Mostovoi, Beschastnykh e comandita bateu-se contra a República Checa de Poborsky, Nedved e companhia. Duas nações “novas” estavam pela primeira vez a concurso na disputa pela Taça Henri Delaunay. 3-3 foi o resultado na altura. Enquanto que os checos só caíram perante Bierhoff na final, os russos ficaram-se por esse “pontinho”, em último do grupo.

A resposta checa foi, no mínimo, frouxa. As investidas de Gebre Selassie pelo flanco direito iam constituindo os principais focos de reacção, mas pouco mais. Um ou outro arranque de Rosicky e Jiracek, bolas paradas pouco ameaçadoras. A dupla de centrais Sivok/Hubnik, até ao momento, ia protagonizando uma exibição bem propensa a excruciantes insónias horas mais tarde… Se entretanto arrefecera o - já tépido - jogo até ao intervalo, não se pode dizer que o descanso se tenha revelado capaz de agitar as águas. Hubschman rendeu Rezek, sem que se tivesse dado grande nota de tal ocorrência.
Até que, caído do céu, o passe de ruptura de Plasil deixou Pilar na cara de Malafeev. Não se fez de rogado e, sem que tenha feito muito por isso, a República Checa reduzia a desvantagem. Avalanche ofensiva junto da área em busca do empate? Galvanização colectiva? Não. Nem por sombras. Pelo contrário, veio à tona a superioridade do meio-campo do Zenit (Denisov, Arshavin, Shirokov, Zyryanov), com a “pequena” colaboração do “militar” do CSKA Dzagoev. Qualquer apreciador de bom futebol pôde deliciar-se com a fluidez na construção ofensiva dos supra mencionados, pautada por constantes passes bem sucedidos para trás da defensiva checa. Não fosse o desacerto gritante de Kerzhakov (como é que esteve tanto tempo na sala de espera para ser substituído?) e poderia ter surgido uma goleada à moda antiga.
As pilhas de Jiracek perderam a
sua energia, Hubnik viu-se e desejou-se para minorar a sua latente
insuficiência renal, Plasil não chegou para as encomendas, Kadlec foi macio a
defender e pouco acutilante a atacar, Rosicky tentou mas pecou por inconsequente e
Baros… cumpriu calendário. Aos 79’ e aos 82’, justiça feita pelos pés de
Dzagoev e Pavlyuchenko.
4-1 foi o resultado final. A
Rússia confirmou as expectativas. Apenas uma hecatombe lhe roubará a cabeça do
grupo. Já a Rep. Checa terá que suar bastante para não ficar pela fase de
grupos. Dezasseis anos depois, vitória para o perfume do futebol russo perante
uns checos que não mais fizeram que se resignar à condição de subjugado
inalador. Terça-feira há mais.
RÚSSIA: Malafeev; Zhirkov, Anyukov, A. Berezutzkiy, Ignashevich; Denisov, Zyryanov, Shirokov (1), Dzagoev (Kokorin), Arshavin; Kerzhakov (Pavlyuchenko).
REP. CHECA: Cech; M.Kadlec, Gebre Selassie, Hubnik, Sivok; Rezek (Hubschman), Pilar, Jiracek (Petrzela), Plasil, Rosicky; Baros (Lafata)
Golos: 1-0: Dzagoev, 15' / 2-0: Shirokov, 24' / 2-1: Pilar, 52' /3-1: Dzagoev, 79' / 4-1: Pavlyuchenko, 82'
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