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sábado, 9 de junho de 2012

Grupo A: Rússia 4-1 Rep. Checa

Perfume russo a meio-campo

1996, Anfield Road. A Rússia de Mostovoi, Beschastnykh e comandita bateu-se contra a República Checa de Poborsky, Nedved e companhia. Duas nações “novas” estavam pela primeira vez a concurso na disputa pela Taça Henri Delaunay. 3-3 foi o resultado na altura. Enquanto que os checos só caíram perante Bierhoff na final, os russos ficaram-se por esse “pontinho”, em último do grupo.

Dezasseis anos depois, a realidade é bem diferente. Foi bem diferente, enfatize-se. Tivemos jogo discutido em Wroclaw nos primeiros instantes, embora com maior preponderância ofensiva da formação dos “czares”. Preponderância essa materializada no marcador pelo criativo do CSKA Dzagoev logo aos 15 minutos de jogo. O mesmo Dzagoev dispôs de uma excelente oportunidade para ampliar cinco minutos depois, no seguimento de um rasgo genial de Roman Shirokov. A mancha de Cech pareceu atemorizá-lo, tendo o disparo, já dentro de área, saído para fora. Não foi por falta de aviso; corria o 24º minuto e Shirokov, futebolista que tem tudo para ser das figuras do campeonato, a confirmar os seus pergaminhos. Na cara do guardião checo, “picou” o esférico com classe para o 2-0.

A resposta checa foi, no mínimo, frouxa. As investidas de Gebre Selassie pelo flanco direito iam constituindo os principais focos de reacção, mas pouco mais. Um ou outro arranque de Rosicky e Jiracek, bolas paradas pouco ameaçadoras. A dupla de centrais Sivok/Hubnik, até ao momento, ia protagonizando uma exibição bem propensa a excruciantes insónias horas mais tarde… Se entretanto arrefecera o - já tépido - jogo até ao intervalo, não se pode dizer que o descanso se tenha revelado capaz de agitar as águas. Hubschman rendeu Rezek, sem que se tivesse dado grande nota de tal ocorrência.
Até que, caído do céu, o passe de ruptura de Plasil deixou Pilar na cara de Malafeev. Não se fez de rogado e, sem que tenha feito muito por isso, a República Checa reduzia a desvantagem. Avalanche ofensiva junto da área em busca do empate? Galvanização colectiva? Não. Nem por sombras. Pelo contrário, veio à tona a superioridade do meio-campo do Zenit (Denisov, Arshavin, Shirokov, Zyryanov), com a “pequena” colaboração do “militar” do CSKA Dzagoev. Qualquer apreciador de bom futebol pôde deliciar-se com a fluidez na construção ofensiva dos supra mencionados, pautada por constantes passes bem sucedidos para trás da defensiva checa. Não fosse o desacerto gritante de Kerzhakov (como é que esteve tanto tempo na sala de espera para ser substituído?) e poderia ter surgido uma goleada à moda antiga.


As pilhas de Jiracek perderam a sua energia, Hubnik viu-se e desejou-se para minorar a sua latente insuficiência renal, Plasil não chegou para as encomendas, Kadlec foi macio a defender e pouco acutilante a atacar, Rosicky tentou mas pecou por inconsequente e Baros… cumpriu calendário. Aos 79’ e aos 82’, justiça feita pelos pés de Dzagoev e Pavlyuchenko.
4-1 foi o resultado final. A Rússia confirmou as expectativas. Apenas uma hecatombe lhe roubará a cabeça do grupo. Já a Rep. Checa terá que suar bastante para não ficar pela fase de grupos. Dezasseis anos depois, vitória para o perfume do futebol russo perante uns checos que não mais fizeram que se resignar à condição de subjugado inalador. Terça-feira há mais.

RÚSSIA: Malafeev; Zhirkov, Anyukov, A. Berezutzkiy, Ignashevich; Denisov, Zyryanov, Shirokov (1), Dzagoev (Kokorin), Arshavin; Kerzhakov (Pavlyuchenko). 

REP. CHECA: Cech; M.Kadlec, Gebre Selassie, Hubnik, Sivok; Rezek (Hubschman), Pilar, Jiracek (Petrzela), Plasil, Rosicky; Baros (Lafata)

Golos: 1-0: Dzagoev, 15' / 2-0: Shirokov, 24' / 2-1: Pilar, 52' /3-1: Dzagoev, 79' / 4-1: Pavlyuchenko, 82' 

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