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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Antevisão EURO 2012: Grupo C - Quem trava La Roja?

O Grupo C do Euro 2012 é o mais multifacetado da competição. Nele encontramos o futebol tricotado de nuestros hermanos, o cinismo da squadra azzurra, a velha escola da ex-Jugoslávia e o enorme coração irlandês. Contudo, o favoritismo está todo do lado dos pupilos de Vicente del Bosque, campeões europeus e mundiais em título, que saem da pole position no que à corrida aos quartos de final diz respeito. Na 2ª linha, a Croácia poderá levar a sua avante, tirando partido da fase titubeante que todo o calcio atravessa. Por fim, e sempre à espreita, estará a matreira e velha raposa, Giovanni Trapattoni, que fez a Irlanda regressar ao campeonato da europa 24 anos depois.




Passemos, então, à análise individualizada das equipas:

Espanha

Convocados: Casillas (Real Madrid), Victor Valdés (Barcelona), Pepe Reina (Liverpool); Arbeloa (Real Madrid), Juanfran (Atl. Madrid), Jordi Alba (Valência), Piqué (Barcelona), Sergio Ramos (Real Madrid), Albiol (Real Madrid); Javi Martinez (Atl. Bilbao), Busquets (Barcelona), Xavi (Barcelona), Xabi Alonso (Real Madrid), Cesc Fàbregas (Barcelona), Iniesta (Barcelona), David Silva (Man. City), Cazorla (Málaga), Jesus Navas (Sevilha); Fernando Torres (Chelsea), Fernando Llorente (Atl. Bilbao), Negredo (Sevilha)

Treinador: Vicente des Bosque

Figuras: Casillas, Piqué, Xavi, Iniesta, David Silva

Dizer que a Espanha tem o melhor conjunto de jogadores da competição já seria suficiente para que ficássemos com uma ideia do poderio desta equipa. Mas pecaria sempre por escasso. Além de executantes de um primor técnico elevadíssimo, a selecção espanhola apresenta uma "química" e um entrosamento que fazem dela a mais séria candidata ao título e, por maioria de razão, a favorita a vencer o seu grupo. No entanto, as ausências do capitão Puyol e, sobretudo, de David Villa, 2 jogadores experientes e perfeitamente integrados nas rotinas da equipa, poderão deixar a equipa menos "furiosa"


Itália

Convocados: Buffon (Juventus), Sirigu (PSG), de Sanctis (Nápoles); Abate (AC Milan), Balzaretti (Palermo), Barzagli (Juventus), Bonucci (Juventus), Chiellini (Juventus), Maggio (Nápoles), Ogbonna (Torino); de Rossi (AS Roma), Diamanti (Bolonha), Giaccherini (Juventus), Marchisio (Juventus), Montolivo (Fiorentina), Thiago Motta (Inter), Nocerino (AC Milan), Pirlo (Juventus); Giovinco (Parma), di Natale (Udinese), Cassano (AC Milan), Balotelli (Man. City), Borini (AS Roma)

Treinador: Cesare Prandelli

Figuras: Buffon, Chiellini, de Rossi, Pirlo

Se pensarmos na selecção campeã do mundo em 2006 ou na finalista vencida do já longínquo EURO 2000, notamos que falta algo a esta equipa italiana. É uma equipa com bons jogadores, mas quase já sem grandes jogadores. E isso salta à vista principalmente quando a equipa precisa de partir para cima do adversário: não há del Piero, Totti ou Inzaghi, nem Giusepe Rossi, aquele que lhes sucede com maior qualidade. A juntar a isto, novo escândalo assoma o futebol transalpino, o que poderá abalar a tranquilidade do balneário. Ainda assim, a Itália tem bons valores e, se estiver em bom plano, avançará para a fase a eliminar.


Croácia

Convocados: Pletikosa (Rostov), Subasic (Dnipro), Kelava (Dínamo de Zagreb); Buljat (Maccabi Haifa), Domagoj Vida (Dínamo Zagreb), Corluka (Leverkusen), Simunic (Dínamo Zagreb), Schindelfeld (E. Frankfurt), Ivan Strinic (Dnipro), Daniel Pranjic (Bayern Munique); Darijo Srna (Shakhtar Donetsk), Dujmovic (Saragoça), Vukojevic (Dínamo Kiev), Rakitic (Sevilha), Luka Modric (Tottenham), Ivan Perisic (Dortmund), Niko Kranjcar (Tottenham), Milan Badelj (Dínamo Zagreb), Ivo Ilicevic (Hamburgo); Kalinic (Dnipro), Jelavic (Everton), Mandzukic (Wolfsburgo), Eduardo (Shakhtar Donetsk)

Treinador: Slaven Bilic

Figuras: Srna, Modric, Jelavic

É a aposta mais séria do Pé d'Atleta para protagonizar uma surpresa nesta fase de grupos. Acreditamos que será a Croácia a acompanhar a Espanha para os 8 melhores da competição, aproveitando toda a carga negativa que neste momento pesa sobre a selecção italiana. A Croácia, não sendo a herdeira directa da nação Jugoslava, parece ter sido quem lhe ofereceu boa parte da qualidade futebolística. Um meio campo cheio de qualidade, com Modric no centro das atenções, deverá ser suficiente para suplantar Itália e Irlanda. Ou, no caso de empate, obter uma melhor diferença de golos que a dos azuis - apesar da lesão de última hora de Olic. De negativo: a falta de qualidade do sector recuado, reforçada com a ausência (por lesão) de Lovren.


República da Irlanda

Convocados: Shay Given (Aston Villa), Keiren Westwood (Sunderland), David Forde (Milwall); John O'Shea (Sunderland), Richard Dunne (Aston Villa), St. Ledger (Leicester), Stephen Ward (Wolverhampton), Kevin Foley (Wolverhampton), Stephen Kelly (Fulham), Darren O'Dea (Celtic); Keith Andrews (WBA), Glen Whelan (Stoke City), Darron Gibson (Everton), Damien Duff (Fulham), Aiden McGeady (Spartak Moscovo), Stephen Hunt (Wolverhampton), Keith Fahey (Birmingham), James McClean (Sunderland); Robbie Keane (L.A. Galaxy), Kevin Doyle (Wolverhampton), Simon Cox (WBA), Jonathan Walters (Stoke City), Shane Long (WBA)

Treinador: Giovanni Trapattoni

Figuras: Shay Given, O'Shea, Damien Duff, Aiden McGeady, Robbie Keane

À boa maneira de Jaime Pacheco, Trapattoni conseguiu trazer um conjunto de "Zés Pereiras" a um palco onde só costumam actuar grandes orquestras. A Irlanda é, quanto a nós, a pior equipa do EURO. Mesmo os seus jogadores mais mediáticos já passaram o auge das suas carreiras, pelo que terá dificuldades em suster qualquer dos 3 adversários que lhe saíram em sorte. O técnico italiano pôs a disponibilidade física e mental dos irlandeses ao serviço do seu estilo contido e resultadista, mas cremos que nem andará perto da qualificação. Não obstante, poderá ser uma oportunidade para Aiden McGeady brilhar ao mais alto nível.

4 comentários:

HCG disse...

- O Torres vai fazer um grande europeu. É a prova da memória curta no futebol, mas um palco como o Europeu é perfeito para ele voltar aos grandes jogos. A Espanha segue como a favorita à conquista do Europeu com a Alemanha coladíssima.

- A Itália tem a sua selecção mais fraquinha de que tenho memória e acredito também que, embora seja favorita a passar o grupo no segundo lugar, se isso não acontecer não me surpreenderá.

- Quanto à Croácia, discordo que uma defesa com Pranjic, Corluka, Srna e Pletikosa seja um sector fraco, parece-me razoável. No entanto, duvido que no confronto directo consiga ultrapassar a Itália. O meio campo italiano vai anular totalmente o meio campo croata, que é onde reside a grande força da Croácia (e o meio campo italiano com Marchisio, De Rossi, Pirlo e Montolivo está construído para ter posse de bola o jogo inteiro). Acredito mais que a Itália escorregue (empate) com a Irlanda, porque a Itália não tem uma equipa construída para um ataque continuado (os avançados Giovinco, Di Natale, Cassano e Balotelli não são goleadores ou jogadores de área) e já se imagina a Irlanda a jogar com o famoso autocarro à frente da baliza.

- A Irlanda chega a este Europeu após ter-se apurado num grupo cuja qualidade roçava quase o ridículo, onde a Rússia era sem comparação a equipa mais forte, e teve ainda a “sorte” de encontrar a Estónia no play-off. Vão ser, definitivamente o bombo da festa. É incrível ver que a Turquia ou a Bélgica ficaram de fora em detrimento desta equipa…

6 de junho de 2012 às 13:02
Unknown disse...

HGC, concordamos no que dizes quanto à Espanha e a Itália. Apenas atribuímos o favoritismo à Croácia devido ao momento global do futebol Italiano, porque em termos de valia individual dos jogadores, os azzurri continuam a ser superiores. Quanto à defesa croata, discordamos por completo. Srna na selecção é médio (só a espaços joga Vukojevic), Pranjic fez apenas meia dúzia de jogos no Bayern esta época (e sempre pouco competitivos) e Simunic já passou há algum tempo o auge da carreira.. Corluka é a figura do sector, mas ainda assim vai mal acompanhado. Lovren teria lugar de caras nesta equipa

6 de junho de 2012 às 14:04
joaomoreiradecampos disse...

- Comparando com a Espanha campeã do Mundo, sobressai: a melhoria na posição de defesa Esquerdo, com Jordi Alba a apresentar-se como uma solução mais credível do que Capdevilla; a ausência de David Villa e o apurado instinto matador com que Llorente chega à competição. Nunca é demais relembrar que, na África do Sul, os Espanhóis só marcaram oito golos (cinco de Villa, um de Puyol e dois de Iniesta). Ou seja, sem Villa e com Torres longe de ser o furacão de outros tempos, esta equipa necessita de um Llorente inspirado.

- É verdade que a Squadra Azzurra perdeu valores que marcaram gerações do seu calcio. No entanto, apesar de parecer uma equipa modesta, a convocatória revela uma grande coerência, bastante ilustrativa dos objectivos desta Selecção. Repare-se que, na linha atacante, não aparecem jogadores de elevada estatura, tendencialmente mais posicionais. Acabou-se a era de Luca Toni, Vincenzo Iaquinta, Alberto Gilardino, Amauri, entre outros. Cassano, Borini, Diamanti, Giaccherini, Di Natale, Balotelli e Giovinco podem jogar como avançados móveis, fazendo da rapidez a sua principal arma. O meio-campo não apresenta os típicos jogadores ofensivos, mas antes números 8, como Montolivo e Marchisio. Estando, assim, garantido o equilíbrio nas famosas transições (sejam elas quais forem). Será o regresso ao catenaccio puro e duro?

- Concordo que a Croácia poderá ser uma agradável surpresa em termos de futebol apresentado, mas não me parece possuir as condições necessárias para ultrapassar a fase de grupos. Tal como vocês consideraram, a defesa é o calcanhar de Aquiles. Sendo que, no seu meio-campo, residirá a virtude.

- Quanto à Irlanda, não sei se será a pior equipa do Europeu, mas andará lá perto. Shay Given e Aiden McGeady não devem conseguir carregar a equipa sobre os seus ombros. Robbie Keane e Damien Duff já não darão o cunho de outros tempos e John O'Shea nunca foi uma pérola deste Universo futebolístico.

7 de junho de 2012 às 01:45
HCG disse...

Aceito que o Srna tem jogado a médio e pelas restantes razões apresentadas a defesa é mesmo o sector mais fraco.
Lovren teria lugar de caras mas não foi convocado por estar lesionado (e não por opção, o que seria absolutamente incompreensível)
Também discordo do Jelavic como "estrela",porque nunca (ou muito raramente) é titular na selecção.

Mandzukic e Eduardo serão à partida a dupla titular (face à ausência de Olic). Mas é verdade que Jelavic tem jogado muito, muito, muito bem na Premier League e pode acabar por levar o lugar...mas não é nesta fase mais "estrela" na selecção do que Rakitic, Pletikosa, Corluka ou Kranjcar.

7 de junho de 2012 às 16:17

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