Antevisão Euro 2012: Grupo A - Longe do foco de pressão

Até quinta-feira, o Pé d'Atleta fará a análise dos quatro grupos do Euro 2012, principiando por aquele que subirá ao terreno de jogo em primeiro lugar, já no próximo dia 8.
Nota de destaque: mais uma vez, não teremos um jogo de abertura com formações particularmente empolgantes. Já há quatro anos, um simpático Suíça vs República Checa abriu as hostilidades (venceram os nossos amigos de 1996, com um golo solitário de Vaclav Sverkos) e, há oito, nem o mais desvairado anteciparia que aquele primeiro jogo haveria de comportar as mesmas equipas do último - até no resultado (dupla vitória grega).Pois bem, gregos. Mais uma vez, cabe-lhes defrontar uma das selecções da casa, desta feita a Polónia. Olhando apenas para os nomes das nações em causa, bocejaremos. Dificilmente sairá daqui um candidato surpresa ou um jogo tremendamente empolgante. Mas, em abono da verdade, ninguém esperaria nada de relevante dos comandados de Otto Rehaggel em 2004 e, com um cinismo defensivo ao bom estilo italiano, com um futebol mastigado e sem ponta de faísca, lograram endossar à nação organizadora um gigantesco fruto que, por coincidência, serve de alcunha a um ex-membro dos Excesso.
Passemos, portanto, a uma análise individualizada de cada uma das equipas.
Polónia
Convocados: Szczesny (Arsenal), Sandomierski (Jagiellonia), Tyton (PSV); Boenisch (Werder Bremen), Wojtkowiak (Lech Poznan), Kaminski (Lech Poznan), Marcin Wasliewski (Anderlecht), Wawrzyniak (Legia), Perquis (Sochaux), Piszczek (Borussia Dortmund); Dudka (Auxerre), Matuszczyk (Fortuna Dusseldorf), Rybus (Terek Grozny), Obraniak (Bordéus), Murawski (Lech Poznan), Blaszczykowski (Borussia Dortmund), Mierzejewski (Trabzonspor), Wolski (Legia); Lewandowski (Borussia Dortmund), Sobiech (Hannover), Grosicki (Sivasspor); Brozek (Celtic)
Treinador: Franciszek Smuda
Figuras: Szczezny, Blaszczykowski, Piszczek, Obraniak, Lewandowski

Grécia

Treinador: Fernando Santos
Figuras: K.Papadopoulos, Papastathopoulos, Ninis, Katsouranis, Karagounis.
Claramente rejuvenescida, a Grécia chega meritoriamente a esta fase final e, diga-se, face aos seus adversários, até poderá ter as suas chances de seguir para os quartos. E chega. Composta maioritariamente por jogadores das suas principais equipas (Panathinaikos, Olympiacos e PAOK), ainda que não ostente nenhuma vedeta de classe mundial, seguramente fará valer a experiência de algumas das suas pedras - Karagounis, Katsouranis e Gekas - conciliando com o rasgo de promessas emergentes - como Ninis e Papadopoulos. Vencer a equipa da casa no primeiro jogo será, claro está, determinante para saber até que ponto poderá ir a turma mediterrânica.
República Checa
Convocados: Cech (Chelsea), Lastuvka (Dnipro), Drobny (Hamburgo); Selassie (Slovan Liberec), Michal Kadlec (Leverkusen), Suchy (Spartak Moscovo), Hubnik (Hertha), Limbersky (Viktoria Plzen), Hubschman (Shakhtar); Sivok (Besiktas), Rosicky (Arsenal), Petrzela (Viktoria Plzen), Rajtoral (Viktoria Plzen), Plasil (Bordéus), Kolar (Viktoria Plzen), Jiracek (Wolfsburgo), Darida (Viktoria Plzen); Necid (CSKA Moscovo), Rezek (Anorthosis Famagusta), Pilar (Viktoria Plzen), Baros (Galatasaray), Pekhart (Nuremberga), Lafata (Jablonec)
Figuras: Cech, Michal Kadlec, Rosicky, Necid
Treinador: Michal Bilek
Rússia
Convocados: Akinfeev (CSKA Moscovo), Shunin (Dinamo Moscovo), Malafeev (Zenit); Anyukov (Zenit), Sharonov (Rubin Kazan), Ignashevich (CSKA Moscovo), Aleksei Berezutskiy (CSKA Moscovo), Granat (Dinamo Moscovo), Nababkin (CSKA Moscovo); Zhirkov (Anzhi), Shirokov (Zenit), Denisov (Zenit), Zyryanov (Zenit), Izmailov (Sporting), Kombarov (Spartak Moscovo), Dzagoev (CSKA Moscovo), Glushakov (Lokomotiv Moscovo), Semshov (Dinamo Moscovo), Arshavin (Zenit); Kerzhakov (Zenit), Pavlyuchenko (Lokomotiv Moscovo), Kokorin (Dinamo Moscovo), Pogrebnyak (Fulham)
Figuras: Shirokov, Dzagoev, Arshavin, Akinfeev
Treinador: Dick Advocaat
Outsider no cômputo geral da prova, surge como clara favorita à vitória neste grupo. O rol de convocados assenta essencialmente em jogadores a actuar no país de origem, titulares nos principais clubes e que deram nas vistas nas competições internacionais. Em 2008 foi bastante longe, tendo causado sensação ao mandar para casa a toda poderosa Holanda, caindo ante aquela que haveria de erguer o troféu. A magia de Arshavin, bem como do núcleo duro do Zenit, muito provavelmente trarão maior espectacularidade às partidas deste grupo.
3 comentários:
Análise muito detalhada de cada Selecção deste grupo que, teoricamente, se apresenta como o "parente pobre" da competição. Estão de parabéns!
4 de junho de 2012 às 14:55Na minha opinião, tal como foi dito, a Rússia apresenta-se como clara favorita. É verdade que em 2008, os Russos constituíram uma das surpresas do Europeu, mas não nos podemos esquecer que o seu timoneiro era Guus Hiddink. Actualmente, o seu seleccionador também é Holandês, mas, quanto a mim, de qualidade inferior à do seu compatriota.
No último Europeu, despontaram valores como Arshavin, Zhirkov e Pavlyuchenko, que hoje já não apresentam o fulgor dessa época. Ainda assim, Akinfeev, Dzagoev e Shirokov encontram-se em trajectória ascendente. Ou seja, aliando a experiência dos primeiros e a vitalidade dos segundos, a Rússia apresenta um plantel claramente mais forte que os três adversários.
Para o segundo lugar, apostaria na Polónia. Joga em casa; tem jogadores interessantes, como os campeões Alemães, Lewandowski e Piszczek, o campeão Escocês, Brozek, o experiente guarda-redes, Szczesny, e o trinco Polanski, que se esqueceram de mencionar; além de que o futebol Polaco tem vindo a evoluir, nos últimos anos, como demonstrou o Légia nos jogos em que defrontou o Sporting.
A meu ver, apesar de a colocar atrás dos Polacos, a Grécia tem hipóteses de ser bem-sucedida, ao contrário da Rep.Checa. Ambas as Selecções estão "envelhecidas" apresentando glórias de outrora, como é o caso de Baros, Plasil e Rosicky, pela Checos, assim como Katsouranis, Karagounis, Samaras, Gekas, Liberopoulos e Salpingidis (essencialmente no ataque),na equipa Grega. A diferença é que Fernando Santos ainda traz alguns jovens interessantes, como Sokratis, Papadopoulos, Ninis e Torosidis.
Veremos se a minha análise foi certeira, no final da primeira ronda!
É este o feedback que queremos! Bela análise. Contudo, vamos no Fernando Santos. A Grécia não tem responsabilidades, e a Polónia, apesar de jogar em casa, não tem qualidade suficiente para fazer futebol apoiado...
4 de junho de 2012 às 15:14Isto é promover o comentário desportivo a literatura.Adivinho a mão de Tiago Lima?
5 de junho de 2012 às 18:43Enviar um comentário