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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Antevisão Euro 2012: Grupo A - Longe do foco de pressão



Até quinta-feira, o Pé d'Atleta fará a análise dos quatro grupos do Euro 2012, principiando por aquele que subirá ao terreno de jogo em primeiro lugar, já no próximo dia 8.
Nota de destaque: mais uma vez, não teremos um jogo de abertura com formações particularmente empolgantes. Já há quatro anos, um simpático Suíça vs República Checa abriu as hostilidades (venceram os nossos amigos de 1996, com um golo solitário de Vaclav Sverkos) e, há oito, nem o mais desvairado anteciparia que aquele primeiro jogo haveria de comportar as mesmas equipas do último - até no resultado (dupla vitória grega).Pois bem, gregos. Mais uma vez, cabe-lhes defrontar uma das selecções da casa, desta feita a Polónia. Olhando apenas para os nomes das nações em causa, bocejaremos. Dificilmente sairá daqui um candidato surpresa ou um jogo tremendamente empolgante. Mas, em abono da verdade, ninguém esperaria nada de relevante dos comandados de Otto Rehaggel em 2004 e, com um cinismo defensivo ao bom estilo italiano, com um futebol mastigado e sem ponta de faísca, lograram endossar à nação organizadora um gigantesco fruto que, por coincidência, serve de alcunha a um ex-membro dos Excesso.

Passemos, portanto, a uma análise individualizada de cada uma das equipas.

Polónia

Convocados: Szczesny (Arsenal), Sandomierski (Jagiellonia), Tyton (PSV); Boenisch (Werder Bremen), Wojtkowiak (Lech Poznan), Kaminski (Lech Poznan), Marcin Wasliewski (Anderlecht), Wawrzyniak (Legia), Perquis (Sochaux), Piszczek (Borussia Dortmund); Dudka (Auxerre), Matuszczyk (Fortuna Dusseldorf), Rybus (Terek Grozny), Obraniak (Bordéus), Murawski (Lech Poznan), Blaszczykowski (Borussia Dortmund), Mierzejewski (Trabzonspor), Wolski (Legia); Lewandowski (Borussia Dortmund), Sobiech (Hannover), Grosicki (Sivasspor); Brozek (Celtic)

Treinador: Franciszek Smuda

Figuras: Szczezny, Blaszczykowski, Piszczek, Obraniak, Lewandowski

Será dificil a esta formação, em termos teóricos, ultrapassar a fase de grupos, não obstante ter evitado "tubarões" no sorteio. Ainda assim, o contingente do campeão germânico pode constituir um importante sustentáculo, capaz de fazer mossa e acima de tudo dar consistência nos vários sectores. Nota para a herança na baliza. Os polacos têm boa escola neste capítulo (e não é preciso retroceder a Mlynarczyk, encontramos mais recentemente Dudek, Boruc e o lesionado Fabianski), contando com um Szczezny em forma para impedir o avolumar de golos. Como é óbvio, nunca desprezamos o peso do "factor casa".

Grécia

Convocados: Chalkias (PAOK), Tzorvas (Palermo), Sifakis (Aris); Maniatis (Olympiacos), Tzavelas (Mónaco), Kyriakos Papadopoulos (Schalke 04), Malezas (PAOK), Avraam Papadopoulos (Olympiacos), Torosidis (Olympiacos), Papastathopoulos (Werder Bremen), Holebas (Olympiacos); Makos (AEK), Karagounis (Panathinaikos), Fotakis (PAOK), Ninis (Panathinaikos), Katsouranis (Panathinaikos), Fortounis (Kaiserslautern), Fetfatzidis (Olympiacos); Samaras (Celtic), Liberopoulos (AEK), Mitroglou (Atromitos), Salpingidis (PAOK), Gekas (Samsunspor)

Treinador: Fernando Santos

Figuras: K.Papadopoulos, Papastathopoulos, Ninis, Katsouranis, Karagounis.

Claramente rejuvenescida, a Grécia chega meritoriamente a esta fase final e, diga-se, face aos seus adversários, até poderá ter as suas chances de seguir para os quartos. E chega. Composta maioritariamente por jogadores das suas principais equipas (Panathinaikos, Olympiacos e PAOK), ainda que não ostente nenhuma vedeta de classe mundial, seguramente fará valer a experiência de algumas das suas pedras - Karagounis, Katsouranis e Gekas - conciliando com o rasgo de promessas emergentes - como Ninis e Papadopoulos. Vencer a equipa da casa no primeiro jogo será, claro está, determinante para saber até que ponto poderá ir a turma mediterrânica.

República Checa

Convocados: Cech (Chelsea), Lastuvka (Dnipro), Drobny (Hamburgo); Selassie (Slovan Liberec), Michal Kadlec (Leverkusen), Suchy (Spartak Moscovo), Hubnik (Hertha), Limbersky (Viktoria Plzen), Hubschman (Shakhtar); Sivok (Besiktas), Rosicky (Arsenal), Petrzela (Viktoria Plzen), Rajtoral (Viktoria Plzen), Plasil (Bordéus), Kolar (Viktoria Plzen), Jiracek (Wolfsburgo), Darida (Viktoria Plzen); Necid (CSKA Moscovo), Rezek (Anorthosis Famagusta), Pilar (Viktoria Plzen), Baros (Galatasaray), Pekhart (Nuremberga), Lafata (Jablonec)

Figuras: Cech, Michal Kadlec, Rosicky, Necid

Treinador: Michal Bilek

Dado curioso: nenhum jogador convocado alinha pelas duas maiores equipas da capital: O Viktoria Plzen é o "abono de família" desta convocatória, o que, julgando pela modesta campanha na Champions deste ano, não augura propriamente uma campanha auspiciosa dos checos neste europeu. Nunca fiando, poderemos descortinar alguns valores seguros nesta convocatória, como os caso de Tomas Sivok no meio-campo defensivo e Rosicky em terrenos mais adiantados que, não fossem as lesões constantes, seria um caso bem mais sério no futebol mundial. Necid tem vindo a dar excelentes referências e Baros, melhor marcador em 2004, é sempre um elemento a ter em conta. Cremos que discutirá com a Grécia o segundo posto.

Rússia

Convocados: Akinfeev (CSKA Moscovo), Shunin (Dinamo Moscovo), Malafeev (Zenit); Anyukov (Zenit), Sharonov (Rubin Kazan), Ignashevich (CSKA Moscovo), Aleksei Berezutskiy (CSKA Moscovo), Granat (Dinamo Moscovo), Nababkin (CSKA Moscovo); Zhirkov (Anzhi), Shirokov (Zenit), Denisov (Zenit), Zyryanov (Zenit), Izmailov (Sporting), Kombarov (Spartak Moscovo), Dzagoev (CSKA Moscovo), Glushakov (Lokomotiv Moscovo), Semshov (Dinamo Moscovo), Arshavin (Zenit); Kerzhakov (Zenit), Pavlyuchenko (Lokomotiv Moscovo), Kokorin (Dinamo Moscovo), Pogrebnyak (Fulham)

Figuras: Shirokov, Dzagoev, Arshavin, Akinfeev

Treinador: Dick Advocaat

Outsider no cômputo geral da prova, surge como clara favorita à vitória neste grupo. O rol de convocados assenta essencialmente em jogadores a actuar no país de origem, titulares nos principais clubes e que deram nas vistas nas competições internacionais. Em 2008 foi bastante longe, tendo causado sensação ao mandar para casa a toda poderosa Holanda, caindo ante aquela que haveria de erguer o troféu. A magia de Arshavin, bem como do núcleo duro do Zenit, muito provavelmente trarão maior espectacularidade às partidas deste grupo.







3 comentários:

joaomoreiradecampos disse...

Análise muito detalhada de cada Selecção deste grupo que, teoricamente, se apresenta como o "parente pobre" da competição. Estão de parabéns!

Na minha opinião, tal como foi dito, a Rússia apresenta-se como clara favorita. É verdade que em 2008, os Russos constituíram uma das surpresas do Europeu, mas não nos podemos esquecer que o seu timoneiro era Guus Hiddink. Actualmente, o seu seleccionador também é Holandês, mas, quanto a mim, de qualidade inferior à do seu compatriota.

No último Europeu, despontaram valores como Arshavin, Zhirkov e Pavlyuchenko, que hoje já não apresentam o fulgor dessa época. Ainda assim, Akinfeev, Dzagoev e Shirokov encontram-se em trajectória ascendente. Ou seja, aliando a experiência dos primeiros e a vitalidade dos segundos, a Rússia apresenta um plantel claramente mais forte que os três adversários.

Para o segundo lugar, apostaria na Polónia. Joga em casa; tem jogadores interessantes, como os campeões Alemães, Lewandowski e Piszczek, o campeão Escocês, Brozek, o experiente guarda-redes, Szczesny, e o trinco Polanski, que se esqueceram de mencionar; além de que o futebol Polaco tem vindo a evoluir, nos últimos anos, como demonstrou o Légia nos jogos em que defrontou o Sporting.

A meu ver, apesar de a colocar atrás dos Polacos, a Grécia tem hipóteses de ser bem-sucedida, ao contrário da Rep.Checa. Ambas as Selecções estão "envelhecidas" apresentando glórias de outrora, como é o caso de Baros, Plasil e Rosicky, pela Checos, assim como Katsouranis, Karagounis, Samaras, Gekas, Liberopoulos e Salpingidis (essencialmente no ataque),na equipa Grega. A diferença é que Fernando Santos ainda traz alguns jovens interessantes, como Sokratis, Papadopoulos, Ninis e Torosidis.

Veremos se a minha análise foi certeira, no final da primeira ronda!

4 de junho de 2012 às 14:55
Unknown disse...

É este o feedback que queremos! Bela análise. Contudo, vamos no Fernando Santos. A Grécia não tem responsabilidades, e a Polónia, apesar de jogar em casa, não tem qualidade suficiente para fazer futebol apoiado...

4 de junho de 2012 às 15:14
Ary disse...

Isto é promover o comentário desportivo a literatura.Adivinho a mão de Tiago Lima?

5 de junho de 2012 às 18:43

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