Brasil e Argentina, mais particularmente Corinthians e Boca Juniors, disputaram a final da Copa Libertadores!
Contrariamente ao que acontece entre nós com a Liga dos Campeões, a final da Libertadores dá-se a duas mãos, sendo que, neste caso, a primeira se disputou em casa do Boca Juniors e a segunda em casa do Corinthians. Além disto, não existe (apenas na final) o critério de golo marcado fora para desempatar, pelo que, existindo um empate no primeiro jogo, ainda que seja com golos, terá sempre que existir a vitória de uma das equipas no segundo jogo.
Comecemos pelo primeiro jogo, em que o Corinthians conseguiu um empate a 1, fora do seu estádio, resultado extremamente motivador para a segunda mão. Ora, este encontro esteve directamente associado a um nome, de um jovem jogador que muito promete no futebol brasileiro, Romarinho! É verdade, o nome que faz lembrar o lendário avançado brasileiro Romário parece ter condições para voltar a escrever uma página de glória na história do futebol.
De facto, esta jovem promessa tinha já marcado os dois golos na vitória sobre o Palmeiras, tendo agora contribuído de forma decisiva para a conquista da mais importante prova de clubes da América do Sul, com um golo ao jeito de Messi, picando a bola por cima do guarda redes, com uma calma e classe impressionantes. E só entrou em campo aos 83 minutos de jogo! O Pé d´Atleta, pelo que tem visto, entende que este jogador pode vir a ser um caso de sucesso. Relativamente ao jogo, nada de muito espectáculo, com uma grande tensão entre as duas equipas. O Corinthians a resistir às investidas iniciais do Boca, tentando sair em contra ataque e do lado dos argentinos, um senhor chamado Riquelme, que comandava as tropas, fazendo a sua equipa jogar através da enorme qualidade de passe, que conserva ao melhor nível apesar dos seus 34 anos.
E foi dele a marcação do canto que viria a dar vantagem ao Boca, com golo de Roncaglia, após desvio de Santiago Silva. A equipa da casa continuou a ter o jogo a seu favor, chegando mesmo a rematar à trave da baliza de Cássio, por intermédio de Viatri.
Como quem não marca acaba por sofrer, o Boca acabou por conceder o empate ao Corinthians, que, por Romarinho, levou a decisão para o Brasil.
Segunda mão no Pacaembu em São Paulo, casa do Corinthians, com um ambiente ao rubro, capaz de intimidar qualquer adversário. A missão do Boca Juniors era difícil, especialmente se considerarmos que, nesta edição, o Corinthians apenas concedeu um golo em sua casa, marcado por Neymar nas meias finais. No entanto, já em 2000, 2003 e 2007 o Boca tinha ganho a Libertadores em terras brasileiras, derrotando o Palmeiras, Santos e Grémio, respectivamente.
O jogo até começou com mais bola para o Boca, que tentou por diversas vezes chegar à baliza adversária. O problema é que do outro lado estava uma defesa extreamente sólida, que não se deixou impressionar com as investidas de Riquelme, Santiago Silva ou Pablo Mouche, afastando sempre o perigo sem que Cássio tivesse que se aplicar.
Foi então que o Corinthians começou a assustar, aproveitando o seu forte jogo pelas alas, com Emerson (mais conhecido por Sheik) em evidência, criando vários lances de perigo e assumindo-se como uma forte dor de cabeça para os defesas argentinos.
Deste modo, foi com naturalidade que ao minto 53, Emerson deu vantagem à equipa da casa, num golo de belo efeito. E o Corinthians nunca mais perdeu o controlo do jogo, continuou a atacar e chegou ao 2-0 pelo inevitável Emerson, herói da partida, que aproveitou um erro do defesa central Schiavi para "matar" esta final, dando aos adeptos brasileiros uma alegria inexplicável.
O Pé d´Atleta elege como figura da final, Emerson, pelos seus dois golos e pela assistência para Romarinho no jogo da primeira mão.
Resta-nos esperar pelo Mundial de Clubes, a acontecer no Japão entre 12 e 16 de Dezembro, em que o Corinthians poderá vir a enfrentar na final o Chelsea, campeão europeu. Isto se não acontecer nenhuma surpresa.